Dias passando. Dias iguais. Semanas voando.
Estou em tempo de plantio. Estou quieta, morna, dentro de um casulo onde tudo é claro. No rosto aflora a face do incerto, na cabeça apenas esboços de planos ainda em construção e sem nenhuma forma definida. Hoje tenho somente o vago, o vazio de nada ter em mãos no qual eu possa me assegurar, nada que eu possa focar e caminhar na direção reta e sem desvios. É meu tempo de rever, reviver o que foi bom e mau nesses dias quentes que passaram e me deram coisas fantásticas das quais eu esperava tanto. Que lutei tanto para ter e agora são minhas. Agora o frio me faz ficar em mim, só em mim, pensando por onde andar e em como andar. O frio faz com que eu me sinta, sinta minhas pernas e veja o quanto posso confiar nelas. É meu tempo de garantir boas consultas as minhas experiências passadas e sonhadas, realizadas ou não para saber qual caminho seguir. Estou oca e isso me faz bem, me faz livre para seguir.
Tenho à minha frente dias brancos para colorir da maneira que eu desejar e que meus pensamentos quiserem e isso me faz ser eu mesma para mais pra frente ser quem eu quiser.
É tempo de silêncio.
terça-feira, julho 31, 2007
segunda-feira, julho 16, 2007
Sobre ela
Estou enlouquecendo. É ela, sei que é por causa dela. Ela vem, me vira a cabeça, suga minhas forças. Me faz contorcer todo o corpo, chorar, perder o fôlego. Há semanas não durmo. Acordo no meio da noite por causa dela. Não sei mais o que fazer. Ela me deixa com as pernas bambas, sem palavras ou até mesmo força de falar, tudo por causa dela, a tosse!
terça-feira, julho 10, 2007
A moça e a fantasia
Os olhos da moça ficaram turvos de repente. Ela parou para ver tudo o que tinha a seu redor e ficou com medo do mundo que ela tinha nas mãos. Ela precisava decidir que postura tomar, quem ela queria ser para tudo aquilo, e ela decidiu ser a dona da situação, não ser só a platéia e sim atriz do espetáculo, não ser somente o barco a deriva e sim a comandante da história, e assim foi.
Com a fantasia cheia de altivez que ela vestiu, conseguiu convencer todos a sua volta de que aquilo tudo era verdade. Ela tinha o domínio de todas as situações e de todos os sentimentos. Ela era a anfitriã sutil, a convidada educada, a amante compreensiva, a amiga que entendia a falta de retorno e sempre ouvinte. A fantasia virou sua pele, seus medos eram animais presos em jaulas que eram apenas libertados durante a noite, quando a cama estava ocupada só por ela, onde ela chorava, até esses animais se acalmarem e ela poder prendê-los de novo. Quando o dia clareava e ela sem dormir se levantava e se olhava no espelho, por um segundo ela via a moça frágil que ela era, piscava algumas vezes e conseguia ver, por trás daquelas olheiras a máscara tão fortemente construída se reavivando em seu rosto. Nessas manhãs ela vestia seu melhor figurino e não voltava para casa sem conquistar mais uma simpatia ou um novo amor com hora marcada para acabar.
A vida se tornou farta, pois fazia parte de todos os seus movimentos calculados ser reconhecida em todos os aspectos. Devido seu empenho em sempre querer mais do melhor ela sempre tinha muito de tudo. A decepção era algo algumas vezes inevitável e ela sabia disso. A moça sabia que aquilo era importante, afinal de contas, o sofrimento é necessário, mas a dor é opcional. Ela sofria nas noites, mas de dia agia como se tudo não tivesse acontecido e toda vez que ela se lembrava desse sofrimento, ficava mais forte.
Por um longo tempo tudo foi perfeito, tudo calculado, tudo planejado. Alguns amigos fiéis e confortáveis ao seu lado, sucesso, mas lhe faltava algo imprescindível que a alimentava somente nos sonhos: a paixão! Ela não se apaixonava, pois esse sentimento estava guardado com os seus animais. Ela não se permitia sentir nada fora de seu controle. Até mesmo em suas noites de descontrole, ela sabia o que estava fazendo. Até um dia.
Um dia ela sentiu o arrepio na boca estômago quando foi tocada, quando ouviu, quando sentaram para conversar e ali a moça falhou. Ela percebeu o perigo que a rondava, mas a sensação de bem estar era tão aconchegante que ela, por um minuto, se esqueceu da máscara, da fantasia, do controle, da face frágil, e se permitiu. O beijo foi calmo, de toque sutil mas ao mesmo tempo forte, cheio de sentimentos. Ela percebeu que tinha errado e tentou novamente o controle, mas dias mais tarde mais um encontro, mais um erro, mais frio no estômago, mais pernas bambas e mais um beijo. Ela sabia que para aquele sentimento morrer era preciso aniquilar o motivo, era preciso manter o perigo distante. Ela tentou por mais uns dias, mas não conseguiu. A vontade era maior de que qualquer outra ordem.
A moça quis falar, a moça quis dizer que estava disposta, mas não pôde. A sua farsa vivida por tantos anos já havia contaminado aquele beijo. A sua segurança forçada foi o estopim para o calor daquelas noites, a condição para que todo aquele desejo acontecesse foi justamente a sua falta de apego, pois naquele caso acontecido as pressas não havia mais espaço para nenhuma paixão a não ser a que já habitava o outro coração.
Ela saiu trôpega, embriagada por uma confusão de idéias. A sinceridade de todas as palavras ouvidas foi tamanha que ela não sabia o que fazer com elas. Ela andou, andou com uma trilha sonora conhecida aos ouvidos, andou fazendo o caminho mais longo. Pensando na mentira que ela havia se tornado.
Chegou e dormiu um sono pesado e sem sonho. Na manhã seguinte se olhou mais uma vez no espelho com a sua máscara nas mãos. Teve naquela manhã a opção de joga-la fora, de começar do zero. Mas a moça se olhou e não se reconheceu. Ela não sabia quem era sem aquela parte falsa da sua alma. Ela ergueu os ombros, vestiu a máscara e todo o resto da fantasia. Desceu pelo elevador dando “bom dia” calorosos e cheio de sorrisos aos que passavam.
Com o controle em suas mãos novamente ela preferiu acreditar que tudo aquilo não passou de um sonho de péssimo gosto, um capricho de seus não tão domesticados bichos que resolveram pregar-lhe uma peça.
O coração que a moça quis não sabe desse sonho e nem saberá, afinal de contas pesadelos nunca são motivos para bons papos.
Com a fantasia cheia de altivez que ela vestiu, conseguiu convencer todos a sua volta de que aquilo tudo era verdade. Ela tinha o domínio de todas as situações e de todos os sentimentos. Ela era a anfitriã sutil, a convidada educada, a amante compreensiva, a amiga que entendia a falta de retorno e sempre ouvinte. A fantasia virou sua pele, seus medos eram animais presos em jaulas que eram apenas libertados durante a noite, quando a cama estava ocupada só por ela, onde ela chorava, até esses animais se acalmarem e ela poder prendê-los de novo. Quando o dia clareava e ela sem dormir se levantava e se olhava no espelho, por um segundo ela via a moça frágil que ela era, piscava algumas vezes e conseguia ver, por trás daquelas olheiras a máscara tão fortemente construída se reavivando em seu rosto. Nessas manhãs ela vestia seu melhor figurino e não voltava para casa sem conquistar mais uma simpatia ou um novo amor com hora marcada para acabar.
A vida se tornou farta, pois fazia parte de todos os seus movimentos calculados ser reconhecida em todos os aspectos. Devido seu empenho em sempre querer mais do melhor ela sempre tinha muito de tudo. A decepção era algo algumas vezes inevitável e ela sabia disso. A moça sabia que aquilo era importante, afinal de contas, o sofrimento é necessário, mas a dor é opcional. Ela sofria nas noites, mas de dia agia como se tudo não tivesse acontecido e toda vez que ela se lembrava desse sofrimento, ficava mais forte.
Por um longo tempo tudo foi perfeito, tudo calculado, tudo planejado. Alguns amigos fiéis e confortáveis ao seu lado, sucesso, mas lhe faltava algo imprescindível que a alimentava somente nos sonhos: a paixão! Ela não se apaixonava, pois esse sentimento estava guardado com os seus animais. Ela não se permitia sentir nada fora de seu controle. Até mesmo em suas noites de descontrole, ela sabia o que estava fazendo. Até um dia.
Um dia ela sentiu o arrepio na boca estômago quando foi tocada, quando ouviu, quando sentaram para conversar e ali a moça falhou. Ela percebeu o perigo que a rondava, mas a sensação de bem estar era tão aconchegante que ela, por um minuto, se esqueceu da máscara, da fantasia, do controle, da face frágil, e se permitiu. O beijo foi calmo, de toque sutil mas ao mesmo tempo forte, cheio de sentimentos. Ela percebeu que tinha errado e tentou novamente o controle, mas dias mais tarde mais um encontro, mais um erro, mais frio no estômago, mais pernas bambas e mais um beijo. Ela sabia que para aquele sentimento morrer era preciso aniquilar o motivo, era preciso manter o perigo distante. Ela tentou por mais uns dias, mas não conseguiu. A vontade era maior de que qualquer outra ordem.
A moça quis falar, a moça quis dizer que estava disposta, mas não pôde. A sua farsa vivida por tantos anos já havia contaminado aquele beijo. A sua segurança forçada foi o estopim para o calor daquelas noites, a condição para que todo aquele desejo acontecesse foi justamente a sua falta de apego, pois naquele caso acontecido as pressas não havia mais espaço para nenhuma paixão a não ser a que já habitava o outro coração.
Ela saiu trôpega, embriagada por uma confusão de idéias. A sinceridade de todas as palavras ouvidas foi tamanha que ela não sabia o que fazer com elas. Ela andou, andou com uma trilha sonora conhecida aos ouvidos, andou fazendo o caminho mais longo. Pensando na mentira que ela havia se tornado.
Chegou e dormiu um sono pesado e sem sonho. Na manhã seguinte se olhou mais uma vez no espelho com a sua máscara nas mãos. Teve naquela manhã a opção de joga-la fora, de começar do zero. Mas a moça se olhou e não se reconheceu. Ela não sabia quem era sem aquela parte falsa da sua alma. Ela ergueu os ombros, vestiu a máscara e todo o resto da fantasia. Desceu pelo elevador dando “bom dia” calorosos e cheio de sorrisos aos que passavam.
Com o controle em suas mãos novamente ela preferiu acreditar que tudo aquilo não passou de um sonho de péssimo gosto, um capricho de seus não tão domesticados bichos que resolveram pregar-lhe uma peça.
O coração que a moça quis não sabe desse sonho e nem saberá, afinal de contas pesadelos nunca são motivos para bons papos.
quarta-feira, julho 04, 2007
Descontrole
Sou eu o descontrole, a força do desejo, a ilusão de ótica palpável da vontade aceita e exercida.
Faço.
Quero.
Existo.
Sem culpa, sem moralismo ou dever de dar explicações. Detesto explicações sobre desejo, por mais fugaz que ele seja. Desejo não se explica só se realiza da maneira que Ele mandar.
Culpa? Só pelos erros percebidos e pra eles há desculpa, já para o medo do superficial, para a cobrança do dia seguinte, para a justificativa do calor aceito e feito de maneira Prazerosa, não!
É bom, é forte, é permitido e Por Mim é feito.
Vontade não rima com superficial no meu poema. Ela já é profunda só em ser vontade e sendo assim nunca as mato, somente as satisfaço.
Não há culpa quando não se promete. Não há culpa quando se quer. Não há culpa quando as partes aceitam.
Sou eu o descontrole das frases e atitudes que tens medo de pensar e fazer, sou eu!
Faço.
Quero.
Existo.
Sem culpa, sem moralismo ou dever de dar explicações. Detesto explicações sobre desejo, por mais fugaz que ele seja. Desejo não se explica só se realiza da maneira que Ele mandar.
Culpa? Só pelos erros percebidos e pra eles há desculpa, já para o medo do superficial, para a cobrança do dia seguinte, para a justificativa do calor aceito e feito de maneira Prazerosa, não!
É bom, é forte, é permitido e Por Mim é feito.
Vontade não rima com superficial no meu poema. Ela já é profunda só em ser vontade e sendo assim nunca as mato, somente as satisfaço.
Não há culpa quando não se promete. Não há culpa quando se quer. Não há culpa quando as partes aceitam.
Sou eu o descontrole das frases e atitudes que tens medo de pensar e fazer, sou eu!
segunda-feira, julho 02, 2007
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