Está tudo escuro onde eu estou agora e não sei como ter luz novamente. Cada dia que amanhece parece para mim o buraco do precipício, pois não há mais vida, não há mais nada, só o buraco. Não tenho planos para o resto da minha vida, nem mesmo para a próxima hora, não quero nem que o próximo minuto exista. Queria que a minha próxima lágrima se tornasse um lago de mim e me fizesse só água para assim poder fugir entre os cantos e sumir de tudo e principalmente de mim. Enxergo tudo de uma esfera a parte onde não há mais um fio de alegria, nem mesmo as idiotas. QUERO PARAR! QUERO VOLTAR PARA O MUNDO DOS NORMAIS! QUERO MINHA VIDA DE VOLTA AGORA MESMO!
quarta-feira, dezembro 31, 2008
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Éramos 4!
Como mudamos. Nossas lamentações de corações partidos deram lugar a contenções financeiras, preocupação com o emprego, um certo trabalho de conclusão de curso que está enlouquecendo e fraldas.
Penso, como estaria nossa vida se nada mudasse? Teríamos que mudar? Creio que já era o nosso curso natural, pessoas como nós não pode ficar estagnada, isso nos causa tédio. Usando o clichê “não há bem que seja eterno nem mal que dure para sempre”, devo contestar: o mal sempre deixa marca que vamos lembrar e o bem, o nosso bem que é a nossa amizade duradoura e fiel também será para sempre e nunca perdendo nada, somente mudando.
Sinto saudades sim, mas é só. Se deixou saudade é porque foi muito especial, pois agora somos um quarteto e mais um pouquinho e ainda temos nosso pronto socorro particular.
sexta-feira, novembro 21, 2008
O que aconteceu com o jardim?
Prometi cuidar desse jardim. Prometi limpar, regar em dias quentes, tirar as formigas... Eu nunca cuidei. Ele foi esquecido lá no alto, lugar onde raramente vou.
Não posso mais esquecer de cuidar do jardim, pois não posso mais esquecer de cuidar de nada. Eu já deixei de cuidar por muito tempo de muita coisa... Hoje não posso mais.
Tenho que aprender a cuidar de tudo!
terça-feira, novembro 11, 2008
Menina
Já avisei todo ser da noite que eu vou cuidar de você
Vou contar histórias dos dias depois de amanhã
Vou guardar tuas cores, tua primeira blusa de lã
Menina, vou te guardar comigo
Menina, vou te guardar comigo
Teu sorriso eu vou deixar na estante para eu ter um dia melhor
Tua água eu vou buscar na fonte teu passo eu já sei de cor
Sei nosso primeiro abraço, sei nossa primeira dor
Sei tua manhã mais bonita, nossa casinha de cobertor
Menina, vou te casar comigo
Menina, vou te casar comigo...Vou te guardar comigo
Sou teu gesto lindo
Sou teus pés
Sou quem olha você dormindo
Ô menina, guardo você comigo
Menina, guardo você comigo
Nosso canto será o mais bonito Mi Fá Sol Lápis de cor
Nossa pausa será o nosso grito que a natureza mostrou
A gente é tão pequeno, gigante no coração
Quando a noite traz sereno a gente dorme num só colchão
Menina, vou te sonhar comigo
Menina, vou te sonhar comigo
O Teatro Mágico
sexta-feira, outubro 31, 2008
7mm com coração
Nessas últimas 4 semanas muitas dúvidas, medos, arrependimentos e tristezas passaram pela minha cabeça e muitas MUITAS lágrimas rolaram por não saber direito o porque tudo isso estava acontecendo comigo nesse momento que era tão importante pra mim. Tudo parecia suspenso... até hoje.
Ouvi um coração que batia muito rápido e enfim pensei “nossa, ele está realmente aqui”. Parece que esse som nunca mais vai sair do meu ouvido.
Dia desses, disse ao pai do bebê que Deus tem um plano MUITO misterioso para mim. Acho que hoje descobri que plano é esse: como deixar de ser egoísta? Tendo um filho! Acho que quando você ama uma pessoa incondicionalmente como um filho não há espaço para o egoísmo. Esse é o plano.
Descobrir isso não significa que tudo ficará incrivelmente mais fácil e que agora não terei mais medo de fracassar e de não saber muito bem como teria sido minha vida se isso não tivesse acontecido, mas agora eu sei que não é um castigo e sim, agora sim, eu consigo ver como uma benção.
quarta-feira, outubro 22, 2008
Montanha
Estou assim agora. Meu percurso na montanha me deixou tonta e ainda não consegui me atentar muito bem a tudo que está acontecendo.
Há mais ou menos dois meses atrás eu estava no meu momento e de repente sou outra.
Estou grávida!
É, não sei também explicar como estou me sentindo. Confusa. Com medo. Sem saber muito bem o que fazer. Não estou feliz nem triste, apenas estou esperando não sei o quê.
terça-feira, agosto 26, 2008
Únicas e Absolutas
Anos de mentiras que eu imaginei que fossem verdades, quando na verdade não passavam de um teatro bobo?
Nada é verdade e nada é mentira.
Quando um grupo de coisas tem a sua razão de ser, passa ser aceita.
Tudo pode ser aceito, e quando aceito a nossa crença diz ser de verdade.
A verdade é montada, da mesma maneira de onde eu enxergo roxo e você rosa.
Acreditamos e cobramos a verdade das coisas que fazem sentido para nós, quando o raciocínio é compatível e mais uma vez aceito.
Mas quais os critérios para acreditarmos nessas verdades irreais, já que cada um tem a sua?
Se eu tenho um parâmetro, uma linha, uma índole, uma postura para tudo e sou única no mundo, como acreditar que pelo menos uma pessoa participe do mesmo parâmetro que eu e pense da mesma maneira como eu sobre as verdades e mentiras? É como falar mil línguas e não encontrar ninguém que fale uma delas!
Por assim, acabamos acreditando no que nos é mais conveniente e confortável. “Algumas verdades são difíceis de aceitar”, quais???? se temos uma verdade até para a morte, quando dizem que os entes queridos não se foram, apenas deixaram o plano terreno, mas continuam nos abençoando!
Nós acreditamos no que nos convém e a mentira acaba sendo nada mais do que alguém que pensa diferente e olha de um outro ângulo do prisma, coisa que acontece sempre e os chamamos de mentirosos. Que moral temos, já que a nossa verdade é única e de mais ninguém?
Não é verdade?
quarta-feira, agosto 13, 2008
No final das contas, inocente.
Fazia muito frio naquele ano, um inverno sem chuva. Como de costume, para ajudar sua mãe nos afazeres, costumava fazer os serviços bancários, coisa que a obrigava a sair de casa dia sim, dia não.
Atrás da bancada de recebimentos havia sempre um rapaz louro, magro, parecia alto, mas não tinha certeza, pois sempre o via sentado.
Ele chamava atenção pelo seu par de olhos azuis indefinidos, mas mais que isso, ela era atraída por seu tom de voz gutural, mas ao mesmo tempo doce.
Ela sempre entrava na imensa fila rezando para tudo quanto é santo para ser atendida por ele. Quando dava a sorte, trocavam poucas palavras de ”como vai?” “frio hoje, não?” e ela voltava para casa contente. Um dia, no final daquele inverno, junto com as moedas de troco, ele a entregou um papel com o seu número de telefone móvel. Quando abriu o papel, já na rua, mal pôde acreditar. Dentro do coletivo na volta para casa não sabia o que fazer. As contas não foram mais pagas e ela demorou 7 dias para ligar.
Quando ele atendeu, ela flutuava. Conversaram por 4 horas sobre tudo: família, emprego, amor, dívidas, dúvidas...
Se encontraram num domingo em uma sorveteria, pensou que seria infantil, mas um bar seria muito. Foi perfeito. Depois disso outros encontros aconteceram: almoços, parques, ela o apresentou para a família e mesmo não oficialmente aquilo virou um namoro.
A primeira noite aconteceu em um lugar próprio para tal. O medo dela acabou ali. Foi tudo tão intenso e verdadeiro que a idéia de que nenhum homem a tocaria novamente desapareceu.
Passados os três meses de lua de mel de todo relacionamento, uma pulga pousou no canto da sua orelha esquerda: porque sua particularidade era tão escura? Não havia resposta, e por mais apaixonada que ela estava e querendo muito acreditar que ele era apenas reservado, ela não conseguia abstrair a dúvida.
Certo dia, quando virou uma esquina o viu na saída de um cinema. Ela, muito surpresa com o agradável encontro, abriu o seu melhor sorriso que foi se fechando quando percebeu ele sendo seguido por duas crianças o chamando de pai. Ela parou seus passos no meio fio e assistiu as mãos do seu amado se entrelaçarem em outras mãos delicadas de mulher.
Nada mais era real. Foram oito meses de juras de amor, delírios de casamento, nome dos filhos que teriam.
Ela foi para casa como um zumbi, não enxergava, não respirava. Não chorou, não comeu, não se banhou, ela não queria que nada a tirasse do transe em que estava.
No dia seguinte ela estava na fila do banco. Fez questão de ser atendida por ele, o homem estranho que se tornou.
Ele a cumprimentou, mas não houve resposta. Calmamente ela pulou o balcão com o punhal que herdou de seu pai nas mãos.
Foram 23 golpes que não sangraram.
Foi presa e julgada culpada, mas nunca mais se obrigou a acreditar.
sábado, agosto 02, 2008
terça-feira, julho 29, 2008
Olhos de Sangue
O tempero do meu dia é a luz que entra pelos meus olhos.
Me perdi na contramão da palavra e me encontrei do sol da poesia.
Saúdo a sombra que anda sob meus pés com o mesmo respeito que tenho com os meus inimigos abstratos.
Anseio por uma diarréia verbal para acabar com qualquer silêncio.
A cordilheira que se abriu entre mim e o resto do mundo engoliu a chama que me queimava e me desertou do mau combate.
Deserto, o oco.
A vida paga, mas agora eu sou a vida com dívida e por assim sou quem cobra.
Acorde! Venha ver como a dureza é bela de algum ponto e o claro é reto.
O meu espaço de um por um ficou pouco.
Espaço! Eu quero mais!
A lanterna agora tem luz forte e clareia.
quinta-feira, julho 17, 2008

Uma viagem pode ser muito mais do que um lugar diferente pode se tornar um resgate para o seu passado e te lembrar de como você era e o que perdeu com as farpas do caminho.
Voltando para minha casa essa semana percebi que tudo que aconteceu naquela uma semana foi muito mais do que um trabalho, foi o meu resgate. Aquela cidade linda me resgatou para vida que sempre foi minha e que eu havia esquecido de vive-la. Conheci pessoas lindas, de almas puras e energias limpas, que me mostraram como é importante ser feliz. De como é bom ser eu... somente eu, o que já é muito, o suficiente.
Ninguém me disse o que eu deveria fazer ou como eu deveria agir com as intempéries que os ventos ruins trazem, não! Me deram somente a oportunidade de enxergar como tudo de ruim não vale a pena levar junto, nas costas.
“Quando você tem algo para resgatar ou recomeçar, nada como encontrar” eu encontrei a Gheisa de novo, um pouco perdida, mas exatamente como a deixei.
quinta-feira, julho 10, 2008
segunda-feira, maio 26, 2008
Compra-se um conto!
Tristeza nem de longe, quanto mais de perto que parece ainda mais feia.
Pago por letras alegres de dias de sol e jogos rápidos na grama. De leitura leve, onde o sorriso brote fácil no canto da boca enquanto as pupilas percorrem as linhas.
Gírias e trocadilhos como trava línguas e descritivos exatos de lugares que me façam viajar sem nem ao menos fechar os olhos.
Conte sobre um velho avô ou uma família do interior que tenham galinhas no quintal. Ou até sobre uma roda gigante, do brilho no olho do menino e do vento no rosto durante a descida. E quando eu acabar de ler, tenha a certeza de ter feito uma ótima compra!
quinta-feira, maio 22, 2008
O que eu quero!
sábado, maio 17, 2008
Cronograma
Tomar café da manhã com direito a pão na chapa.
Acompanhar minha mãe ao cabeleireiro para retocar a raiz.
Voltar para casa.
Assistir com meu pai a vitória do Corinthians por 3 x 1 pela segundona.
Cortar as unhas do pé.
Trocar o esmalte das mãos.
Falar com uma amiga.
Tomar um banho bem demorado ouvindo música boa.
Colocar um pijama confortável.
Ouvir o jornal na TV.
Papear com lindas amigas na Internet.
Assistir novela.
Combinar uma pizza.
Falar sobre o bar de ontem.
Dormir pensando: o que farei por mim amanhã?
Sensação boa essa.
sexta-feira, maio 16, 2008
terça-feira, maio 13, 2008
Exaustão
Há minutos atrás descobri algo em minha certeza tão cintilante até então, que fez com que a turva névoa abrisse um clarão onde apareceu um “talvez”. Algo, enfim, flexível dentre toda essa rigidez. O assustador é ler letra por L E T R A o ‘talvez não’ vindo da minha vontade.
Essas nossas doses homeopáticas de amor e cumplicidade são um oásis no meio do deserto que me parece tudo isso, mas porque a cura definitiva para a minha cama vazia não termina?
Nesses pequenos encontros, de onde saímos extasiadas de tanto amor, fico também com o gosto meio azedo: o que está acontecendo? O amor é algo tão absurdo que precisamos de rompimentos de distâncias para fazer com que ele volte a ter vida nova? ‘Talvez não’ pra mim.
A exaustão mental que isso me causa me faz por a prova tudo o que sinto, e me assusta pensar que dentro de pouco tempo posso não pensar mais nisso por pura falta de vontade. E o que eu julgo a coisa mais importante nisso tudo como ficaria? Guardado, penso. Guardado e protegido de toda essa balburdia!
Estou cansada e a um passo de dobrar a esquina e tomar outro rumo e com o passar do tempo esquecer.
Tudo isso me causa medo, medo de estar sendo traída pelo cansaço, como nos dias em que se tem muito sono e já não se compreende mais nada, mas também sinto medo de fazer diferente.
Só quero não pensar mais para ficar com a mente vazia e sem medo de mais nada.
Estou trocando tudo, abrindo mão da minha certeza e convicção por um pouco de calmaria.
domingo, maio 11, 2008
Intercambio de vida
E o que ele vai deixar? Qual foi o real significado de aprender tantas coisas, de se apegar a tantos livros? Do que vai adiantar?
O tempo é nosso grande amigo e ao mesmo tempo nosso grande traidor! O tempo tudo cura, mas também passa rápido e aí paramos para pensar, o que foi que eu fiz com o meu tempo?
Nessa última semana conheci um casal que passam o tempo da sua vida viajando, conhecendo gente, vivendo! Ele é chileno e ela brasileira. Se conheceram em uma viagem pelo Chile e decidiram viajar juntos. Hoje eles estão no Brasil, pois ela está grávida e decidiu ter o bebê aqui. Eles são verdadeiros artistas, músicos, artesãos, malabaristas e acima de tudo gentis!
Eles me fizeram repensar muita coisa do meu mundinho fechado e restrito. Essa vida deles de desapego total por coisas materiais me fez pensar em como eu gasto meu tempo me ocupando de coisas tão pequenas. Fazendo uma tempestade por coisas tão banais quando na verdade o mais precioso é estar com quem se gosta e de quem gosta da gente.
Me pergunto porque perder tempo com brigas, orgulho, medos! O tempo passa, as pessoas se perdem por coisas tão pequenas que não deveriam existir.
Hoje penso no casal e vejo como posso melhorar, não tendo medo das minhas vontades e dos meus amores, mas acima de tudo, respeitando a vontade alheia.
terça-feira, maio 06, 2008
Tão Bem
Ela me encontrou, eu estava por aí, num estado emocional tão ruim, me sentindo muito mal. Cansado, perdido, fodido, sozinho, errando de bar em bar, procurando não achar.
Ela demonstrou tanto prazer em estar em minha companhia que eu experimentei uma sensação que eu quase já esquecia: de se querer bem! De se querer quem se tem!
E ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela...
segunda-feira, maio 05, 2008
Tô bêbada, logo, perigosa! PQP! (dia 05/05 às 23:38hs) Ahhhhhhhhhhhhhhh
Ter um dia complicadissímo após o dia de ontem: R$ 15,00 (em calmantes)
Tomar tequila de graça: NÃO TEM PREÇO!!!
Tem coisas que só suas amigas fazem pra vc!!!!!
O (re)encontro
sábado, maio 03, 2008
A chama viva
Vinícius de Morais
Me transbordo em alegria lembrar que por mais de um ano tive um amor incondicional ao meu lado, gratuito e puro e por ouvir de sua boca que esse amor ainda existe e é forte.
Por ele ser forte me faz forte também, me faz pensar não na tua perda e sim em um mundo novo e uma visão nova do que é o amor.
Não espero, não esqueço e não guardo meu amor. O vivo intensamente, pois é maravilhoso poder amar alguém e saber que esse amor pode não ser vivido junto, mas é correspondido.
sexta-feira, maio 02, 2008
O casamento
“o amor tudo
cura, tudo
transforma”
Mariana
Acordar cedo no dia de semana e me levantar para preparar o café da manhã. Enquanto a cafeteira faz o trabalho dela, tomar meu banho. Colocar a roupa de trabalho e acordar você com beijinhos. Enquanto você toma seu banho, termino de colocar a mesa. Ver a porta do banheiro se abrindo e contemplar os cabelos molhados, sentir o cheiro fresco, as gostas de água escorrendo pelo rosto e molhando seu sorriso e reluzindo a luz do sol que entra pela janela.
Comeremos falando de algum sonho ou talvez de algo que aconteceu durante a madrugada, como por exemplo como você acordou no meio da noite com o peso da minha perna sobre você.
Nos despedir com um abraço forte e passar o dia falando algumas vezes pelo celular. No fim do dia chegar em casa, abrir a porta e ver um sorriso, ganhar um beijo! Conversar de como foi o dia, ouvir que o chefe foi injusto, mas que o cliente fez um elogio.
Pensaremos juntos no que fazer para o jantar, cozinhar ao mesmo tempo e fazer um carinho quando nos cruzarmos. Jantar planejando uma ida a praia e ficar hospedados naquele hotelzinho simples que aceita o cachorro. No final, enquanto você tira a mesa eu lavo a louça e depois deitaremos juntos no sofá da sala para assistir um filme na TV.
Depois enquanto eu tomo um banho e você arruma a cama... e faremos amor!
Utópico demais? Prefiro acreditar que ainda encontrarei uma pessoa para ter dias desse casamento, desse meu novo ideal de vida.
terça-feira, abril 29, 2008
A virada
O buraco lúdico que eu estava sumiu quando cheguei em frente ao Teatro Municipal iluminado como nunca vi e quando fui acolhida como parte de uma parte maior de pessoas como se sempre tivesse sido parte.
A Cidade de São Paulo é tão marcante e ficou ainda mais surpreendente quando me vi comendo um cachorro quente na guia da Rua Aurora ou tomando uma cerveja sentada no canteiro central da Av. Ipiranga. Caetano sentiria inveja de mim naquela hora, pois o que aconteceu no meu coração foi muito mais especial do que aconteceu no dele.
Em um momento me perguntei o que eu estava fazendo ali. No minuto seguinte tive a resposta: estava vivendo! E de uma maneira muito mais carinhosa do que eu poderia esperar. “A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”, eu ouvi e agora vivo. O buraco ficou lá no teatro e acho que o Luiz Melodia levou junto com a sua “Magrelinha” e eu fui deixando o sofrimento pelas ruas e preenchendo o espaço dele com muito carinho, acolhimento, banheiros, cervejas e risadas, me sentindo parte de tudo.
sábado, abril 26, 2008
Sobre ter um cachorro
Quando vi o Mathias pela primeira vez foi amor de cara. Com aqueles olhinhos de “gato de botas” bem pidões me olhando do banco de trás do carro vi que havia ganhado um companheiro. Ele foi o melhor presente da minha vida!
Nos últimos dias ele tem dormido cada dia mais colado em mim. Resmunga quando eu me mexo. No meio da noite ele se estica todo, me empurra com as patas e depois coloca o focinho gelado na minha barriga.
Não importa a hora que eu chego, o humor que eu esteja ele sempre faz a maior festa do mundo, como se aquela fosse a hora mais feliz.
A nova mania do Mathias agora é acordar às nove horas da manhã, pedir para descer, faz xixi, uma ronda pela casa e volta a dormir.
Quando me vê quieta ele uiva, chama minha atenção e pula no meu colo. Dá umas lambidas no meu rosto e morde minha mão querendo brincar.
Quando está entediado rói as unhas das patas, mas nunca se distrai, basta eu mexer um dedo que ele pára e me olha. Se vê que não vou a lugar nenhum volta a roer.
Ele simplesmente enlouquece quando pego a guia dele para dar um passeio. Ele late para todos e se acha o dono da rua. Quando voltamos todos os cachorros da rua estão latindo e ele andando como se não fosse com ele.
Ele está sendo meu fiel amigo e a coisa mais alegre... Meu fliho!
quinta-feira, abril 24, 2008
Overdose
Quando se pára, tudo isso causa um olhar sem ver, um gosto sem definição na boca. Um gosto parecido com o sangue que não escorreu da ferida invisível.
Tive uma espécie de overdose de não ter.
Perdi o meu chão e minha sanidade em um curto intervalo de tempo. Senti a sensação de uma coisa parecida com “quase morte” de sentidos e de amor próprio. Me resumi a um amontoado de nada por perder o que achei que fosse meu, mas que eu já havia perdido há muito tempo.
Enlouqueci e por um motivo que não entendo tentei enlouquecer quem eu julgava ser a responsável por eu estar passando por tudo aquilo e fazendo-a enlouquecer poderia ter o que perdi de volta. Tolo engano. Eu estava solta na buraqueira perdida e estendendo a mão para a pessoa errada me salvar. Um murro direto na minha cara vindo dessa mesma mão ao invés de me derrubar fez com que tudo parasse de girar. Todas as cores embaralhadas viraram coisas reais e eu me tornei real novamente. Vi que a mão estendida que eu lutava para pegar na verdade estava dando passos para trás cada vez que eu me aproximava e foi aí que pude ouvir as vozes que me diziam para sentir as forças das pernas e saltar para fora, pois seria o máximo que alguém naquele momento poderia fazer para me ajudar. Gritar para me ajudar, pois a mão estava cada vez mais longe apenas por querer me manter dentro do buraco por puro prazer.
Ainda estou no buraco, parada e pensando. Reunindo forças para pular num salto só para fora.
Não terei de volta o que perdi, pois definitivamente não é mais meu e prefiro pensar que nunca foi.
A mão não sei se ainda está estendida. Não vejo, pois estou olhando em outra direção... Não quero mais olhar aquela mão de novo.
Já vejo a luz um pouco mais forte vindo de fora da loucura.
domingo, março 23, 2008
A nova estação.
Mas hoje me lembrei que o verão já acabou e agora o inverno está mais próximo, e com ele as coisas mudam para mim.
O inverno traz com ele sempre mudanças. De comportamento, de idéias e muitas novidades.
Não sei qual a relação que há entre minha vida e os ventos gelados, aqueles dias perfeitos de céu azul, sol claro e muito frio, só sei que a virada de 180º sempre acontece e me sinto sempre a mais feliz das pessoas.
Quando eu era criança, tinha medo dos meses de junho e julho... Meus lábios rachados sempre traziam com eles nuvens negras carregas de maus agouros. Hoje meus lábios não racham mais e os dias claros de inverno são infinitamente melhores que os encobertos pelas pancadas de chuva do verão.
Essa eterna metamorfose que é minha vida está ativa novamente. Os dias brancos e ocos estão chegando ao fim... Estou em busca novamente. A preguiça de buscar me abala, mas não me dou por vencida e vou fundo mais uma vez para mudar.
Espero o inverno, espero as bebidas quentes e espero mais que tudo a minha primavera particular!